“Os miúdos são uns bandidos, porque os pais também o são!”.
Foi assim que começou a reunião de Pais com a Professora da turma de alunos à qual a minha filha pertence. Bem, o que ela disse foi que os miúdos não traziam de casa estrutura emocional nem educacional para justificar o seu comportamento nas aulas, o que vem dar no mesmo. Fiquei estarrecido! Afinal, a reunião que eu julgava ser de apresentação da nova professora (a terceira desde o início do ano lectivo) era, afinal, uma espécie de tribunal inquisitório, de acusações veladas, em que pais e filhos eram enfiados na mesma bitola perante as considerações de uma jovem professora letrada nos compêndios do suíço Piaget, porque também ela possui um pequeno rebento que poderá um dia manifestar-se um malfeitor de pequena estatura.
Conheço alguns dos alunos da turma da minha filha. São colegas desde os tempos do infantário e acompanharam-na até aos dias de hoje. São, na maior parte, meninos bons, inteligentes e educados. No entanto, algo mudou neles (na minha filha também), o que nos preocupa a todos, Pais. De estudantes exemplares passaram a desinteressados nas diversas matérias, possuem comportamentos estranhos, são rebeldes perante a autoridade paterna. Tal conduta não pode ser responsabilizada aos pais, unicamente, que lutam diariamente com alguns desvios comportamentais preocupantes dos filhos, e soa a falso nas palavras da Professora substituta, substituída em Dezembro, que deu a ideia de querer passar estes próximos dois meses longe de aborrecimentos, até porque nem passa trabalhos para casa alegando para tal a carga horária a que os pequenitos estão sujeitos, mas causando algum transtorno aos pais que não conseguem acompanhar a matéria dada!
Os alunos não são o problema, e sim parte do problema criado pela instituição do ensino. Não são maus nem bandidos, mas sim vítimas. Vítimas de uma instituição que lhes nega as melhores condições ao colocá-los em contentores, enquanto outros estão em melhores salas! Para evitar algum desagrado ou constrangimento, podiam efectuar o que se chama de “rotatividade das salas de aula”! Porque não o fazem?!
São vítimas porque, à semelhança de outros anos, têm que suportar vários professores, quase todos contrariados por ali estarem “porque assim os mandaram”, não se aproximam dos alunos, não captam a sua amizade nem os acompanham devidamente! No entanto, outras turmas têm um único professor no decorrer da totalidade do ano lectivo, como manda a Lei!
Porque há-de a turma da minha filha ter um tratamento diferente? Por acaso são diferentes dos outros? Ou é a própria direcção da escola que assim age, baseada na velha convicção de que “todos os alunos são iguais, mas uns são mais iguais que outros”?! Como se pode entender que a Comissão de Pais Do Contentor onde os seus filhos estudam, tenham enviado uma carta registada dirigida ao Coordenador da Escola, num relato de preocupações pelas experiências negativas do passado, e o Conselho Executivo desconheça o teor ou a existência dessa mesma carta?
Muito se escreve por esses jornais que prestam algum serviço à comunidade. Pena é que seja sempre do mesmo!
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