Grassa por aí uma polémica relativamente aos maus resultados obtidos na disciplina de matemática pelos alunos do 9º ano, a nível nacional, na ordem dos 70%.
Ora, 70% é muita fruta, muitos milhares de alunos, para quem a matemática é um mistério quase tão grande como a revelação das primeiras fotos resultantes da nova sonda que se dirige neste momento para Plutão e só serão conhecidas dentro de 12 anos.
Podia estar para aqui a falar da preguiça, da falta de interesse em absorver ou administrar a disciplina, mas nem vou por aí já que estaria a debater pontos que já foram exaustivamente analisados por outros bloggers, e não viria acrescentar nada de novo ao que já se disse.
Esta revelação fez-me lembrar uma outra polémica recente relacionada com as alterações ao orçamento previsto para este ano para a Polícia Judiciária, cujos representantes apresentaram um corte estimado na ordem dos 55%, se a memória não me engana, e que originou grandes protestos da parte desta organização. Lembro que logo de seguida, o ministro do qual não recordo o nome, veio a praça pública dizer que não, que o corte estimado era na ordem dos 6%.
Ora, tal discrepância diz-me que alguém ou até vários, não fizeram bem as contas ou não as sabem fazer. Que o problema da disciplina de matemática não afecta só os alunos do 9º ano mas é também natural em administradores que ocupam elevados cargos na função pública. Não é possível, para um mesmo orçamento, apresentar opiniões tão divergentes, sem que ninguém estranhe tal facto.
Bem, já não leio blogs nem jornais com a mesma frequência com que o fazia à uns tempos atrás. Mas aqueles que normalmente visito não acharam relevante ou não se aperceberam desta anedótica discrepância de valores. Talvez porque num país em que derrapagens financeiras de valores estimados em milhares de milhões passou a ser visto e até aceite como uma forma natural de administrar dinheiros públicos! Derrapagens que não passam de erros matemáticos, grosseiros, e que num futuro não muito longínquo serão dramaticamente relevantes na vida de todos nós...
Tenho bem fresco na memória a tentativa patética do antigo Primeiro-Ministro António Guterres, perante as câmaras, num esforço intelectual hercúleo a tentar calcular de cabeça o valor do Produto Interno Bruto, rematando frustradamente no final com um «Bom, é fazer as contas»!
Eu diria até, é fazê-las... e bem! Afinal, o exemplo deve vir de cima, ou não será assim?!
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