- Vi-te, vo-te, vu-te, disse ela.
- Vi-te, vo-te, vu-te? - inquiri, espantado. - Que quer dizer essa merda?!
- Vi-te, além. Vo-te, comer. Vu-te, pôr a andar - respondeu. - A cena dos Três Vês, estás a ver?
- Pensei que fosse Veni, Vidi, Vici - respondi. - E quando Vici, era para sempre.
- Nããã - respondeu. - Tu paraste no tempo, meu. Essa lenga-lenga romana já não faz sentido há séculos. Aliás, até nessa altura, os gajos que berravam essa treta, eram comidinhos pelos tipos do Senado. Quando davam por ela, acordavam com um facalhão atravessado na garganta.
- Hoje em dia, o facalhão é outro, mais subtil - disse.
- Sim - disse ela. - A mentira é uma espiral sem fim. Ninguém sabe onde começa, nem como vai acabar.
- Vi-te, vo-te, vu-te - murmurei. - Faz todo o sentido...
- E então? - perguntou. - Cum'é que vai ser?
- Vo-te comer, não é? - e concluí. - Para me pôr a andar...
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